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segunda-feira, 30 de outubro de 2017
domingo, 29 de outubro de 2017
ERRATA: Download do livro didático
Pessoal,
acabo de verificar que não trata-se do livro didático para download, mas de um programa que precisa de uma senha específica. Favor desconsiderar a última mensagem.
acabo de verificar que não trata-se do livro didático para download, mas de um programa que precisa de uma senha específica. Favor desconsiderar a última mensagem.
Análise filosófica
O objetivo deste estudo é exercitar o pensamento, no sentido torná-lo mais racional e lógico. Para tanto, vamos tratar da análise filosófica, da análise dos conceitos e dos exercícios filosóficos.
2. CONCEITO
Analisar é decompor e
discernir as diferentes partes de um todo, mas também reconhecer as
diferentes relações que elas mantêm, quer entre si, quer com o todo.
Pode-se dizer que é a quebra de um todo em seus componentes e suas
mútuas relações.
Análise Conceitual distingue sem desmantelar. Refere-se às ideias. Análise empírica consiste em separar os componentes de um todo concreto.
3. HISTÓRICO
A lógica aristotélica dá-nos as
primeiras noções da análise, principalmente quando visava resolver
qualquer raciocínio nas figuras do silogismo. Na lógica do século XVII, a
análise e a síntese são postas como dois métodos de ensino: a análise
vai do todo para as partes; a síntese, das partes para o todo. A partir
de Descartes, a análise e a síntese deixaram de ser consideradas dois
métodos de ensino e passaram a ser dois processos diferentes de
demonstração. A lógica de Port-Royal chamou a análise de "método da
invenção" e a síntese de "método de composição" ou "método de doutrina".
Na filosofia moderna e
contemporânea, a tendência analítica, isto é, a tendência a reconhecer a
análise como método de investigação, disseminou-se e mostrou ser muito
fértil, principalmente no empirismo. Na filosofia de Bérgson, a
análise tem como alvo a consciência, isto é, a experiência interior, e
tende a encontrar os dados últimos, isto é, imediatos, de tal
experiência. Na filosofia de Dewey, a análise está voltada para a
experiência humana em seu caráter total e tende a resolvê-la em
operações naturais. (Abbagnano, 1970)
4. ANALISE FILOSÓFICA
4.1. ANÁLISE E DEFINIÇÃO
A análise é análoga à definição. As
definições procuram explicitamente dar o sentido das palavras. As
análises procuram explicitamente dar as condições necessárias e
suficientes para os conceitos.
4.2. ANALYSANS E ANALYSANDUM
Toda a análise, assim como toda a definição, consiste em duas partes, um analysandum e um analysans. O analysandum é a noção que precisa ser explicada e esclarecida devido ao fato de haver nela algo que não é compreendido. O analysans é a parte da análise que explica e esclarece o analysandum, seja ao decompô-lo em partes, seja ao especificar suas relações com outras noções.
Uma análise tenta especificar em seu analysans as condições necessárias e suficientes para o conceito expresso no analysandum. Condições necessárias são aquelas que o analysans tem que conter a fim de evitar ser demasiado fraco.
4.3. OS DEFEITOS DAS ANÁLISES
Uma análise pode ser defeituosa por ser: 1) circular; 2) forte demais; 3) demasiadamente fraca.
Uma análise é circular se seu analysandum, ou termo-chave, ocorre no analysans. Por exemplo, se se tenta analisar "congelamento", é um erro propor como analysans "algo que acontece com um líquido quando ele congela".
Uma análise será demasiadamente forte se for possível dar um exemplo da noção sob análise que não satisfaça todas as condições especificadas no analysans; inversamente, será demasiadamente fraca a análise em que seja possível descrever alguma coisa que satisfaça todas as condições estabelecidas no analysans, mas que não é um exemplo do analysandum. (Martinich, 2002)
4.4. OS RESULTADOS DA ANÁLISE
Demolição de problemas mal concebidos;
Reformulação clara de problemas mal colocados;
Desvelamento de pressuposições;
Elucidação;
Erradicação de idéias preconcebidas.
5. ANÁLISE DE CONCEITOS
Analisar conceitos é mapear os usos
possíveis e efetivos das palavras e suas conseqüentes aplicações.
Geralmente, as perguntas sobre conceitos nos parecem estranhas porque
não sabemos como responder a elas.
5.1. UM PEQUENO INCÔMODO
Pensar com conceitos é um incômodo
para muitas pessoas que tem os seus pensamentos arrumadinhos. Depois de
uma sessão de discussão acerca de conceitos, elas falam: "tantas
palavras para nada"; "ninguém chegou à conclusão nenhuma". Esquecem-se
de que a conclusão deve ser feita no âmago do Espírito, por cada um de
nós.
5.2. OS BENEFÍCIOS DE SE PENSAR COM CONCEITOS
Um melhor uso das palavras e mais
clareza dos pensamentos. Buscando os vários significados de cada termo,
teremos condições de empregá-los corretamente, dando maior fluidez aos
nossos raciocínios. Quando uma pessoa diz: "Este é um bom livro", podemos perguntar-lhe: O que você entende por um bom livro? Queremos que ela explique o entendimento dela acerca de um bom livro e não aquilo que está escrito no dicionário.
Haverá sempre algo novo a dizer
sobre um tema, pois a nossa mente corre atrás dos seus significados e,
com isso, vamos enriquecendo o nosso conhecimento acerca do assunto
proposto. Sendo aplicado nesse exercício, eliminamos também o erro
crasso de nos acharmos o dono da última palavra sobre o tema. A
criatividade implica em ver sempre de forma diferente o mesmo assunto.
Desta forma, quando alguém quer mudar tudo, não soube mudar a si mesmo a
respeito do tema, pois há sempre uma forma atual de abordá-lo.
5.3. DISTINGUINDO FATO, VALOR E CONCEITO
O exercício de análise de conceitos deve se basear na distinção entre fato, valor e conceito. O fato
é algo que se observa; pode-se quantificar. Por exemplo, O metal
funde-se a x graus centígrados. Temos que ir esquentando o metal e,
paralelamente, anotando os valores obtidos, a fim de chegarmos ao grau
de ebulição do mesmo. O valor é um juízo que fazemos acerca de um fato, no sentido de gostar ou não gostar, de achar bom o ruim. O conceito
é algo mais complexo. Temos que colocar em palavras o que concebemos
com a mente. Se nos perguntarem, por exemplo, sobre o conceito de Deus,
temos alguma dificuldade de dar uma resposta. (Wilson, 2001)
6. EXERCÍCIOS FILOSÓFICOS
Um bom método para nos colocarmos de
frente para o conhecimento é nos propormos a fazer exercícios
filosóficos. O que são os exercícios filosóficos? É o rigor da análise
filosófica. Dada uma frase, temos que nos colocar em contradição para
perceber o seu real sentido, pois se a aceitarmos sem discussão não a
colocamos dentro de nós, mas simplesmente absorvemos como elemento
externo.
6.1. OUSAR ENFRENTAR A COMPLEXIDADE
A análise filosófica é a exigência
da comunicação na liberdade, na clareza e na vontade de compreender. É
tentar enfrentar a complexidade das coisas e das pessoas. É desafiar as
idéias para que as tenhamos como posse. Ora, se o sentido permanece como
fruto de vitrine, vou continuar sendo expectador desta ou daquela
significação. Não entro nela e ela não entra em mim. Somente volvendo e
revolvendo, esquadrinhando e mastigando é que vamos dar às palavras o
seu verdadeiro sentido.
6.2. PRECAUÇÕES A TOMAR
- Evitar unir num mesmo momento a
compreensão do que é dito e o juízo de valor que formamos do objeto.
Isso gera confusão e sentimento de que não há nada por dizer.
- Cercar por todos os lados
possíveis as evidências comuns, a fim de que a reflexão filosófica
descubra verdadeiras questões por trás das falsas certezas.
- Não se render à tentação de
responder à pergunta sem mesmo examinar sua forma e seus termos. Muitos
se esquecem da pergunta e começam a discorrer sobre as palavras que mais
lhes chamam a atenção.
- Muitos dão importância à resposta
sem uma análise da pergunta. Cercar a pergunta por todos os lados.
Quando tomamos o que é dito como simples pretexto para o nosso próprio
discurso é preenchimento e não filosofia.
6.3. PERGUNTAS CHAVES PARA O BOM EXERCÍCIO FILOSÓFICO
Por que? Como? Em que medida? Em que
condições? Estejamos sempre atentos ao que nos for perguntado e
oferecido como pensamento para a análise. (Arondel-Hohaut, 2000)
7. CONCLUSÃO
O pensamento é a chave de toda a
nossa existência. Se tivermos o cuidado de adorná-lo e alicerçá-lo nas
esferas superiores do conhecimento, com certeza alcançaremos maior
liberdade em nossas ações diárias.
8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ARONDEL-ROHAUT, Madeleine. Exercícios Filosóficos. Tradução por Paulo Neves. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
MARTINICH, A. P. Ensaio Filosófico: o que é, como se faz. Tradução Adail U. Sobra. São Paulo: Loyola, 2002.
WILSON, John. Pensar com Conceitos. Tradução por Waldéa Barcellos. São Paulo: Martins Fontes, 2001. (Ferramentas)
São Paulo, 27/08/2004
Fonte: http://sbgfilosofia.blogspot.com.br/2008/06/anlise-filosfica.html
quarta-feira, 18 de outubro de 2017
RECUPERAÇÕES DE HISTÓRIA E FILOSOFIA 2º TRIMESTRE DE 2017
RECUPERAÇÕES
DE HISTÓRIA E FILOSOFIA 2º TRIMESTRE DE 2017
Disciplina:
|
Filosofia
|
Série:
|
1°
Ano do Ensino Médio
|
||
Curso(s):
|
Administração,
Eletroeletrônica e Informática
|
||||
Professor
(a)
|
Cláudio
|
||||
EMENTA
|
|||||
Plantão:
6ª feira 13h50 às 17h30
|
|||||
INSTRUMENTOS
DE AVALIAÇÃO
|
|||||
Instrumento
1:
|
Aula
de recuperação (plantão)
|
Pontuação:
|
5
|
Data:
|
10/11
|
Instrumento
2:
|
Produção
de “mapa mental” sobre tema a ser apresentado
|
Pontuação:
|
5
|
Data
de entrega:
|
17/11
|
Instrumento
3:
|
Apresentação
de seminário com 3 imagens sobre o tema (em grupo) |
Pontuação:
|
15
|
Data
de entrega:
|
17/11
|
Instrumento
4:
|
Produção
de mapas mentais sobre as diferentes apresentações
|
Pontuação:
|
10
|
Data:
|
17/11
|
Disciplina: | História | Série: | 1° Ano do Ensino Médio | ||
Curso(s): | Administração, Eletroeletrônica e Informática | ||||
Professor (a) | Cláudio | ||||
EMENTA
|
|||||
Tema:
Antiguidade Oriental
Plantão:
6ª feira 13h50 às 17h30
|
|||||
INSTRUMENTOS
DE AVALIAÇÃO
|
|||||
Instrumento 1: | Aula de recuperação (plantão) | Pontuação: | 5 | Data: | 10/11 |
Instrumento 2: |
Produção
de “mapa mental” sobre tema a ser apresentado
|
Pontuação: | 5 | Data de entrega: | 17/11 |
Instrumento 3: | Apresentação com 3 imagens sobre o tema (em grupo) | Pontuação: | 5 | Data: | 17/11 |
Instrumento 4: |
Produção
de mapas mentais sobre as diferentes apresentações
|
Pontuação: | 15 | Data de entrega: | 17/11 |
CORREÇÃO: Texto sobre Grécia Antiga
Produzir texto-síntese sobre Grécia Antiga com base no mapa mental que cada um elaborou sobre o conteúdo do livro didático.
A atividade deverá ser entregue por todas as turmas dia 01/11 (4ª feira).
Pode enviar por email ou entregar pessoalmente.
A atividade deverá ser entregue por todas as turmas dia 01/11 (4ª feira).
Pode enviar por email ou entregar pessoalmente.
terça-feira, 17 de outubro de 2017
Tabela de Atividades dos Integrados - 3ª etapa/2017
Acesse a tabela de atividades da 3ª etapa por meio deste link:
https://goo.gl/WkHUJW
Atenção! Sempre acompanhe o lançamento dos vistos das atividades de forma que você possa sempre se atualizar e não perder pontos!
Cláudio
https://goo.gl/WkHUJW
Atenção! Sempre acompanhe o lançamento dos vistos das atividades de forma que você possa sempre se atualizar e não perder pontos!
Cláudio
O príncipe e o sapateiro - John Locke
O príncipe e o sapateiro
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
O corpo do sapateiro e o do príncipe eram os mesmos, mas quem diria que eram as mesmas pessoas?
Locke imagina o que aconteceria se um príncipe passasse a viver como um humilde sapateiro. Dessa forma interroga-se o que aconteceria se introduzisse as características mentais do príncipe no corpo de um sapateiro. Supostamente, o corpo do sapateiro ficaria com a memória, o conhecimento e os atributos pessoais do príncipe, mas apesar de aparentemente ser um sapateiro, seria responsável pelas ações do príncipe.[1]
Nesse exemplo, Locke levanta um questionamento a ser explorado sobre a identidade pessoal de uma pessoa.
...poderia caso a alma de um príncipe, levando consigo a consciência da vida passada do príncipe, entrar e informar o organismo de um sapateiro, tão logo abandonado por sua própria alma, qualquer um vê que ele seria a mesma pessoa com o príncipe, responsáveis apenas pelas ações do príncipe: mas quem diria que era o mesmo homem? [2]O experimento distingue entre o conceito de ser humano e de ser pessoa, indicando que o conceito de um homem em alturas diferentes está ligado ao seu corpo, enquanto que o conceito de pessoa está ligado à sua consciência passada e presente. Esta distinção tem implicações em julgamentos criminais no modo como pessoas com insanidade mental são julgadas, uma vez que um ser humano pode ter várias falhas na sua consciência, sem o estabelecimento de memórias. Deste modo, ações executadas estando a consciência separada do corpo, a identidade da pessoa que efetuou tal ação é posta em causa pelo conceito defendido por Locke.[3]
Esta teoria de Locke foi criticada desde logo por Joseph Butler e Thomas Reid, acusando o argumento de ser circular, uma vez que o conceito de memória pressupõe o conceito de persistência pessoal.[4]
O conceito de identidade pessoal de Locke é considerado um conceito revolucionário, pois separa o conceito de identidade corporal, material e da alma, da essência dos seres vivos.[5]
O que é o paradoxo do navio de Teseu?
O que é o paradoxo do navio de Teseu?
Se o navio de Teseu trocar de peças ao longo de uma viagem, ainda será o mesmo? Filósofos tentam solucionar o mistério
Por
Victor Lopes
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6 out 2016, 18h43 - Publicado em 6 out 2016, 18h40

ILUSTRA Thales Molina
PERGUNTA Kauê Locatelli, Bento Gonçalves, RS
1) Eu sou o mito
Fruto de uma relação dupla de Edra com Egeu (rei de Atenas) e Poseidon (deus dos mares), Teseu foi importante na mitologia grega. Sua façanha mais conhecida foi derrotar o Minotauro no labirinto de Creta, que se alimentava anualmente de sete rapazes e sete moças atenienses, como parte de um tributo imposto pelo rei de Creta.
2) Barca furada
Vidas Paralelas, do pensador grego Plutarco, propõe o seguinte: Teseu parte de navio do ponto A para o ponto B. Mas, ao longo de uma viagem de 50 anos, vai substituindo cada peça do barco conforme se desgasta, até que todas tenham sido trocadas. Eis o paradoxo: dá para dizer que o navio que chegou em B é o mesmo que saiu de A? Ou já é outro?
3) O espírito da coisa
Muitos filósofos tentaram solucionar o enigma. Heráclito comparou o navio e suas peças a um rio: suas águas são constantemente renovadas, mas ele é sempre o mesmo. Aristóteles estabeleceu que uma coisa é definida por quatro causas: a formal, a material, a final e a eficiente. Em sua análise, entre os pontos A e B, o navio só mudava sua causa material, então ainda era o mesmo.
4) Queimando os neurônios
Filósofos modernos também palpitaram. Gottfried Leibniz concluiu que não, usando a lógica de que “X é o mesmo que Y se, e apenas se, X e Y têm as mesmas propriedades e relações e tudo que for verdade para X também é para Y”. Já Thomas Hobbes jogou lenha na fogueira: se um segundo barco for montado com as peças jogadas fora, qual dos dois será considerado onavio de Teseu?
5) Dúvida eterna
O paradoxo também ganhou novas versões. O filósofo John Locke pensou em uma meia furada: se o buraco for remendado, ela continuaria sendo a mesma meia? Se um dia o teletransporte for possível e alguém for “desmontado” molecularmente no ponto A e remontado no ponto B… vai ser a mesma pessoa? Será que terá as mesmas memórias e a mesma personalidade?
FONTES Site HypeScience; livros Minidicionário Compacto de Mitologia, de Nadia Julien, Novos Ensaios sobre o Entendimento Humano, de Gottfried Leibniz, De Corpore, de Thomas Hobbes, e Filosofia de Botequim, de Matt Lawrenc
Fonte: https://mundoestranho.abril.com.br/curiosidades/o-que-e-o-paradoxo-do-navio-de-teseu/
John Locke e o empirismo britânico: Todo conhecimento provém da experiência
John Locke e o empirismo britânico: Todo conhecimento provém da experiência
José Renato Salatiel, Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
Uma das questões mais antigas que a filosofia tenta responder é "Qual a
fonte do conhecimento humano?". Como podemos saber se Deus existe, que
dois mais dois são quatro ou que o céu é azul? Será que já nascemos com
algumas informações a respeito do mundo?
A moderna biologia genética nos diz apenas que possuímos uma história, inscrita em nossos genes, que irão determinar algumas predisposições para desenvolvermos certas doenças hereditárias, tendências sexuais e comportamentais ou mesmo o gosto por sorvete de chocolate.
Mas aquilo que somos depende de uma combinação de fatores genéticos com o ambiente em que fomos criados. Seríamos, portanto, o resultado das escolhas que fizemos segundo as imposições de nosso patrimônio genético e das oportunidades que temos na vida.
Mesmo assim, a ciência contemporânea ainda não responde às perguntas a respeito de como conhecemos as coisas e como podemos estar seguros de possuir um entendimento verdadeiro. Filósofos como Platão (428/27-347 a.C.), Santo Agostinho (354-430), e Descartes (1596-1650) acreditavam na doutrina das ideias inatas, ou inatismo, que sustenta que o homem nasce com determinadas crenças verdadeiras.
Segundo eles, a alma humana teria uma espécie de repositório de informações conferidas por Deus, e isso validaria as certezas sobre as coisas do mundo. Platão, no diálogo Fédon, diz que conhecer é recordar-se daquilo que nossas almas imortais, que habitavam o Mundo das Ideias, já sabiam, mas que ao nascer nos esquecemos.
Contra essa doutrina, John Locke (1632-1704), um dos mais importantes filósofos ingleses modernos, escreveu um livro chamado Ensaio Acerca do Entendimento Humano (1690), que inaugurou a escola chamada Empirismo Britânico. Na época, Locke foi muito influenciado pela ciência moderna, baseada em observações.
Tábula rasa
Para Locke, o princípio do inatismo, além de não provar nada, é
completamente desnecessário para uma teoria do conhecimento. Se
realmente nossas almas imortais compartilhassem um mesmo estoque de
informações, por que todos não teríamos as mesmas concepções científicas
de mundo, por exemplo? Por que os europeus desenvolveram a ciência,
enquanto índios que habitavam as Américas, não?
Segundo Locke, Deus nos conferiu apenas as faculdades para que pudéssemos adquirir conhecimento, dentro de certos limites. Contrariando o inatismo, ele afirma que, ao nascermos, somos como uma folha em branco - "tábula rasa", diziam os empiristas - que é escrita na medida em que vivemos e temos experiência de mundo:
"Suponhamos, pois, que a mente é, como dissemos, um papel em branco, desprovida de todos os caracteres, sem quaisquer ideias; como ela é suprida? De onde lhe provém este vasto estoque, que a ativa e que a ilimitada fantasia do homem pintou nela com uma variedade quase infinita? De onde apreende todos os materiais da razão e do conhecimento? A isso respondo, numa palavra, da experiência. Todo o nosso conhecimento está nela fundado, e dela deriva fundamentalmente o próprio conhecimento." (1978, I, II, ii).
Basicamente é isso que o empirismo sustenta: contrapondo-se ao racionalismo, que privilegia a razão como fonte segura do conhecimento, esta escola enfatiza o papel da experiência. Junto com Locke, fazem parte do empirismo britânico os filósofos George Berkeley (1685-1753), David Hume (1711-1776) e John Stuart Mill (1806-1873).
Mas isso não quer dizer que, para Locke, a razão não tem nenhuma função no processo cognitivo e que apenas aprendemos por meio das sensações. Seria um absurdo dizer isso, porque equivaleria a dizer que um matemático, para saber que um triângulo possui três lados, teria que encontrar um triângulo andando de metrô ou vagando pelo bosque.
Limites do conhecimento nas ideias
O que Locke diz é que somente a experiência nos fornece as ideias que habitam nossos pensamentos. Em outras palavras, que o conhecimento tem um início externo, fora do homem.
Ideias, segundo o filósofo inglês, são os objetos do conhecimento, isto é, a matéria da qual o conhecimento é formado. Elas são percebidas pelos sentidos, mas é o entendimento que confere o, por assim dizer, acabamento final.
Todo conhecimento, portanto, está fundamentado na experiência, que nos fornece as ideias que constituem tudo aquilo que podemos saber sobre o mundo. As fontes dessas ideias, diz Locke, são duas:
A moderna biologia genética nos diz apenas que possuímos uma história, inscrita em nossos genes, que irão determinar algumas predisposições para desenvolvermos certas doenças hereditárias, tendências sexuais e comportamentais ou mesmo o gosto por sorvete de chocolate.
Mas aquilo que somos depende de uma combinação de fatores genéticos com o ambiente em que fomos criados. Seríamos, portanto, o resultado das escolhas que fizemos segundo as imposições de nosso patrimônio genético e das oportunidades que temos na vida.
Mesmo assim, a ciência contemporânea ainda não responde às perguntas a respeito de como conhecemos as coisas e como podemos estar seguros de possuir um entendimento verdadeiro. Filósofos como Platão (428/27-347 a.C.), Santo Agostinho (354-430), e Descartes (1596-1650) acreditavam na doutrina das ideias inatas, ou inatismo, que sustenta que o homem nasce com determinadas crenças verdadeiras.
Segundo eles, a alma humana teria uma espécie de repositório de informações conferidas por Deus, e isso validaria as certezas sobre as coisas do mundo. Platão, no diálogo Fédon, diz que conhecer é recordar-se daquilo que nossas almas imortais, que habitavam o Mundo das Ideias, já sabiam, mas que ao nascer nos esquecemos.
Contra essa doutrina, John Locke (1632-1704), um dos mais importantes filósofos ingleses modernos, escreveu um livro chamado Ensaio Acerca do Entendimento Humano (1690), que inaugurou a escola chamada Empirismo Britânico. Na época, Locke foi muito influenciado pela ciência moderna, baseada em observações.
Tábula rasa
[ x ]
Segundo Locke, Deus nos conferiu apenas as faculdades para que pudéssemos adquirir conhecimento, dentro de certos limites. Contrariando o inatismo, ele afirma que, ao nascermos, somos como uma folha em branco - "tábula rasa", diziam os empiristas - que é escrita na medida em que vivemos e temos experiência de mundo:
"Suponhamos, pois, que a mente é, como dissemos, um papel em branco, desprovida de todos os caracteres, sem quaisquer ideias; como ela é suprida? De onde lhe provém este vasto estoque, que a ativa e que a ilimitada fantasia do homem pintou nela com uma variedade quase infinita? De onde apreende todos os materiais da razão e do conhecimento? A isso respondo, numa palavra, da experiência. Todo o nosso conhecimento está nela fundado, e dela deriva fundamentalmente o próprio conhecimento." (1978, I, II, ii).
Basicamente é isso que o empirismo sustenta: contrapondo-se ao racionalismo, que privilegia a razão como fonte segura do conhecimento, esta escola enfatiza o papel da experiência. Junto com Locke, fazem parte do empirismo britânico os filósofos George Berkeley (1685-1753), David Hume (1711-1776) e John Stuart Mill (1806-1873).
Mas isso não quer dizer que, para Locke, a razão não tem nenhuma função no processo cognitivo e que apenas aprendemos por meio das sensações. Seria um absurdo dizer isso, porque equivaleria a dizer que um matemático, para saber que um triângulo possui três lados, teria que encontrar um triângulo andando de metrô ou vagando pelo bosque.
Limites do conhecimento nas ideias
O que Locke diz é que somente a experiência nos fornece as ideias que habitam nossos pensamentos. Em outras palavras, que o conhecimento tem um início externo, fora do homem.
Ideias, segundo o filósofo inglês, são os objetos do conhecimento, isto é, a matéria da qual o conhecimento é formado. Elas são percebidas pelos sentidos, mas é o entendimento que confere o, por assim dizer, acabamento final.
Todo conhecimento, portanto, está fundamentado na experiência, que nos fornece as ideias que constituem tudo aquilo que podemos saber sobre o mundo. As fontes dessas ideias, diz Locke, são duas:
- Sensação, ou sentido externo: é a percepção de objetos sensíveis e particulares, como o gosto de uma maçã, a sensação de uma xícara quente de café, o som da voz de nossa mãe ou a visão de um pôr do sol.
- Reflexão
ou sentido interno: é a percepção da operação de nossas mentes com as
ideias já ali depositadas pela sensação, derivando as dúvidas, crenças,
vontades e o conhecimento propriamente dito.
É somente com o segundo estágio, da reflexão, que atingimos o entendimento das coisas; mas, sem as janelas abertas para a luz vinda da experiência, nossa mente permanece como um quarto escuro. Os limites do que podemos conhecer, desse modo, são as ideias. Não podemos ir além delas.
Locke ainda divide as ideias em: - Simples: são as que nos chegam misturadas num objeto, mas que podem ser separadas pelos diferentes sentidos pelos quais as recebemos: a textura lisa, o aroma perfumado, o gosto doce, a consistência firme e a cor vermelha são ideias simples que podemos distinguir da maçã.
- Complexas:
quando nossa mente é preenchida dessas ideias simples, podemos formar,
combinando-as, ideias complexas, como, por exemplo, homem, beleza, maçã
ou universo.
Boa parte do Ensaio Acerca do Entendimento Humano é dedicado ao exame dessas ideias simples e complexas que são a base de todo entendimento, o que permite a Locke propor resoluções para importantes problemas filosóficos envolvendo conceitos como espaço, tempo, infinidade, substância, Deus, liberdade e poder.
Graus de conhecimento Em resumo, diz Locke: "Conhecimento consiste na percepção do acordo ou desacordo de duas ideias. Parece-me, pois, que o conhecimento nada mais é do que a percepção da conexão e acordo, ou desacordo e rejeição, de quaisquer de nossas ideais." (1978, IV, I, ii).
Por exemplo, quando sabemos que branco não é preto, ao perceber que ambas as ideias ("branco" e "preto") estão em desacordo; ou que os três ângulos de um triângulo são iguais a dois retos, ao perceber a igualdade entre eles.
Em relação à clareza e certeza dessas afirmações, Locke classifica os graus de conhecimento em três: - Intuitivo: é aquele em que a mente percebe o acordo ou desacordo entre duas ideias imediatamente, sem a necessidade de outras ideias. Por exemplo, quando percebo que o branco não é preto, o quadrado não é triângulo ou 1+1=2. É o tipo mais seguro e claro de conhecimento humano.
- Demonstrativo: é quando a mente necessita de ideias subsidiárias para perceber o acordo ou desacordo entre outras duas ideias - são as chamadas provas. Para saber, por exemplo, que três ângulos de um triângulo são iguais a dois ângulos retos, preciso verificar essas medidas.
- Sensível:
é a percepção que temos de objetos particulares externos através dos
sentidos. Apesar de Locke incluir este terceiro tipo entre os graus de
conhecimento, mesmo sendo o menos claro e seguro dos três anteriores, o
filósofo diz que o raciocínio que não for intuitivo ou demonstrativo é
artigo de fé ou de opinião, não conhecimento propriamente dito.
Com base em sua classificação dos tipos de conhecimento, Locke diz que as certezas provenientes da matemática e a moral são indubitáveis e evidentes, pois são alcançáveis pelo raciocínio com ideias presentes na mente humana, enquanto as ciências empíricas, como a física, que necessitam de uma verificação e confronto com a realidade sensível, não configuram verdades universais. A teoria do conhecimento lockeana influenciou os filósofos iluministas, Kant e os positivistas lógicos, entre outros.
José Renato Salatiel, Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação é jornalista e professor universitário.
Bibliografia
- LOCKE, John. "Ensaio Acerca do Entendimento Humano", em Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978.
Banalidade do Mal em LIBRAS
Boa tarde!
É com grande alegria que divulgamos o primeiro vídeo sobre Filosofia em LIBRAS, estrelando nossa estudante Gabriela Polleto. Os roteiros e produção são dos intérpretes Débora Goulart e Jefferson Botelho.
Trata-se
de uma atividade substitutiva para a Gabriela, de forma que por meio
dos sinais ela sistematizasse em vídeos os conhecimentos adquiridos nas aulas de
história e filosofia. O objetivo é compor um acervo de
conhecimento histórico-filosófico para toda comunidade surda.É com grande alegria que divulgamos o primeiro vídeo sobre Filosofia em LIBRAS, estrelando nossa estudante Gabriela Polleto. Os roteiros e produção são dos intérpretes Débora Goulart e Jefferson Botelho.
terça-feira, 3 de outubro de 2017
Minotauro: o mito e seus simbolismos, Creta e a civilização minoica - Joelza Ester Domingues
http://www.ensinarhistoriajoelza.com.br/minotauro-o-mito-e-suas-multiplas-leituras/
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